segunda-feira, 25 de julho de 2011

A Morte De Amy Winehouse

Dou princípio a esta página com a notícia que parou o mundo. O meu mundo. Não quero interpretações exageradas quanto a isso, mas em todo caso, apagou nesta vida alguém que eu mais do que admirava, me identificava a ponto de pensar, às vezes, que fosse uma grande amiga. Quando Amy estava confusa e também eu, servia-lhe um café e pedia para que cantasse diante de mim com aquele timbre imponente de um antigo Cabaré dos anos 50. É este gênero de cenário para o qual eu me remetia, cada vez que ouvia suas canções envolventes com letras profundamente melancólicas, quando não citavam seus vícios insistentes. Suas letras, aliás, incitáveis vezes me convenciam de que SIM, éramos iguais. Havia em nós a mesma mancha sombria de emotividade em cada escrita, e talvez seja somente isso que me reste de algum passado.  Influenciada por grandes nomes de Soul e Jazz, Amy Jade Winehouse inspirou o mundo de muitos jovens, fez adultos admirarem e regressarem às lembranças desbotadas. Como já é perceptível ela era alguém que eu imaginava muito mais perto do que verdadeiramente fosse. Não, não falo de uma idolatria. Não é muito inteligente que se idolatre ídolos viciados neste século, mesmo pelo exemplo dos séculos anteriores. O fato, transparentemente, é que me isolando dos conselhos dos vivos, quando eu abandonava a todos e me retirava pra pensar, era a Amy Winehouse que eu chamava pra inspirar minhas batalhas internas... E ela, mais do que amiga, me oferecia devolta todos os conselhos mais incríveis possíveis, simplesmente cantando diante de mim, enquanto eu puxava um trago e abria um vinho barato qualquer.  Houve nisso tudo uma grande coincidência ou um plano irônico em nossa vida. Dentre todas as canções que eu amava, e comparava daí muitos dos meus pensamentos, uma delas sempre me tocou mais. Back to Black, que do Inglês significa: De Volta Ao Luto.



Por isso eu digo que  o mundo parou neste sábado, 23, quando a cantora foi encontrada morta e todos os noticiários só falavam da morte da minha amiga. E eu estava crente que ela bateria em minha porta outra vez, assim que a noite adormecesse...




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